domingo, 12 de setembro de 2010

*Do pedido...*

*...que você me fez.*
Catei as palavras que o coração não esqueceu. Que a rotina não manchou. Que a distância não diminuiu.
Catei algo aqui dentro que te definisse. Te medisse. Te demarcasse no peito.
E qual não foi a minha surpresa ao ver que tu não tens definição! Tu és mesmo esse serzinho espaçoso e sem limites que a gente conhece desde menina. E eu percebo que eu nunca te quis diferente. Nunca quis que tu mudasses esse teu jeito de chegar e fazer manha, essa alma maior que o corpo, esse coração maior que tudo.
Nunca quis que teu sobrenome deixasse de ser dengo. Nem que o orgulho que te petrifica a razão fosse menor. Tu faz parte de uma família de rochas e bem sabes disso.
Hoje eu vejo que se tu cresceu mesmo o tanto que eu acho que cresceu, devo me resignar, então. E aceitar que agora o caminho é tu que trilha. Não cabe mais a mim te guiar. Só te acompanhar.
Se possível, te punha num potinho e guardava pra sempre. Como não posso, faço exatamente o contrário. Te digo que vá.
- Vai minha menininha. Voa. E voa alto que tuas asas já merecem o aquecer do sol e a brisa de todas as luas. E não ficas com medo porque todo mundo já foi Ícaro, um dia.
Que em todas as alçadas eu estarei do teu lado. Ou mesmo à tua espera, malas no portão e aquele abraço que eu guardo só pra ti.
Tu não te defines em mim porque a parte que te cabe é latifúndio. E não se mede latifúndio, apenas se deixa frutificar.
Ps.: A você que me pediu palavras, todos os silêncios do mundo. Porque nada que se diga nunca pagará o que te guardo aqui dentro. Amor.

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