quinta-feira, 4 de novembro de 2010

*Do poeta*

- Fala, Chico! Fala tuas verdades e me economiza as palavras vãs. Prefiro calar e te ouvir. Ando merecendo sentir.

*Do que ficou...*

*...e mudou em si mesmo*
Por saber-se amor permaneceu ali. Impávido.
Diriam os mais fortes que ele ficou pra ser digno. De teimosia, até! Não quisera dar o braço a torcer.
Diriam os mais fracos que não se foi por temer ser esquecido. Por não ter onde se agarrar quando a solidão o devastasse.
Diriam os inteligentes que ficou pra experimentar uma nova fase.
Diriam os ignorantes que ficou pra repetir os mesmos erros.
Eu, mero mortal amante, acho que ficou pra ser entregue.
A outro alguém, de outra forma, com outra cor.
Sem medo, sem culpa.
Sem nunca deixar de ser amor.
Ps.: Mais que a longevidade do "pra sempre", prometo-te a certeza do agora. Espero que te baste.
Ps².: "Futuros amantes quiçá se amarão sem saber, com o amor que um dia deixei pra você."

sábado, 25 de setembro de 2010

*Do ciúme que ele sentia*

*...*

Por fim cometeu o erro de querer-lhe só pra si.
E as pessoas não são assim tão fáceis de se laçar. Sentimentos têm vôos próprios mas ninguém disse isso a ele.

Quis correr com as ameaças, acabar com os vícios, varrer o passado que ela insistia em lembrar.
Jogou fora os perfumes, escondeu o batom, estilhaçou o espelho. Ela não mais precisaria refletir-se, posto que ele já a enxergava. Ela o tinha, enfim. Em seu leito, em seu coração, em sua casa, entre as pernas.
Ele achou por demais absurdo que ela continuasse a usar lápis nos olhos, salto alto e aquele vestido vermelho.
Arrancou-lhe as pérolas do pescoço, então. Os olhos já brilhavam o suficiente.
Desmascarou-a. Desarmou-a.
Agora ela o pertencia. Corpo, alma e coração.
Cuidaria para que não lhe faltasse nada. Nem ninguém.
Um dia, porém, ao chegar da rotina, encontrou-a na cozinha. Os calos, as rugas, os fios brancos, o cheiro de tempero...tudo lhe pareceu intensamente perceptivo. Achou-a feia.
Achou-a triste e sem graça.
Tentou encontrar nela o motivo da paixão de outrora. Tentou encontrar em si qualquer resquício.
Os olhos dela não brilhavam mais. Tentou lembrar onde pusera as pérolas.
Mas não adiantaria.
O que ao ciúme sucumbe, o tempo não perdoa.




Ps.:Me ame assim. Como sou. E se não for o jeito certo de ser, ainda assim será o MEU jeito.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Das relíquias II

* No café da esquina *
Fingiram-se estranhos quando os olhos se encontraram.
Um soco na boca do estômago...pra ele.
Pra ela, as borboletas dançantes, teimavam em coreografar no pavimento torácico.
Pra ambos, um fugir do chão sob os pés.
Era a primeira vez que se viam depois de tanto tempo. Assim, há metros de distância. Há três ou quatro passos. Há uma ou duas palavras.
Por um lapso de segundo temeu que ele pudesse ouvir o tambor pulsante em seu peito.
Por um instante tentou captar, na brisa que passava, qualquer resquício do cheiro dela. "Almíscar e vanilla" - ela costumava dizer. Pra ele, e suas lembranças, ela sempre cheirou a aconchego. E disso ele nunca esqueceu.
Ele engordara, ela notou.
Ela mudara o cabelo, ele aprovou.
A cena, agora paralisada, deu tempo pra que sentissem saudades. Deu tempo para que as perguntas, antes sufocadas, voltassem a latejar. Deu tempo de pensar 'outra vez'. Em outra vez.
Ela estava acompanhada, ele não pôde deixar de perceber.
Ele não usava aliança, ela logo verificou.
Ficaram ali, conhecidamente estranhos, trocando olhadelas furtivas. Supondo. Lembrando. Digerindo a presença um do outro.
De repente os olhos ficaram turvos e ela teve medo de chorar.
De repente ele sentiu uma necessidade imensa de olhar pra os próprios pés. Vergonha talvez. Remorso, quem sabe.
Ela olhou pra ele e, desviando o foco para aquele ao seu lado, não teve mais certeza de nada. Mas parecia resignada.
Ele, por sua vez, olhou pra ela e procurou qualquer motivo, qualquer porquê, qualquer resposta.
O cenário voltou a se mexer, despertando-os, por fim.
Pela última vez os olhos se cruzaram, e foi mágoa o que se viu neles.
Ela levantou e foi embora, mãos dadas com outro alguém.
Ele ficou ali. Inerte. Dormente.
E entendeu da onde vinha a dor que ardia em seu peito naquele instante: era a primeira vez, depois de tanto tempo, que a olhava de outra perspectiva. Da perspectiva de fora da sua vida.

E ele chorou.







Ps.: Porque eu não sei de nenhum encontro pós-amor que tenha sido fácil. E quis falar disso.

domingo, 12 de setembro de 2010

*Do pedido...*

*...que você me fez.*
Catei as palavras que o coração não esqueceu. Que a rotina não manchou. Que a distância não diminuiu.
Catei algo aqui dentro que te definisse. Te medisse. Te demarcasse no peito.
E qual não foi a minha surpresa ao ver que tu não tens definição! Tu és mesmo esse serzinho espaçoso e sem limites que a gente conhece desde menina. E eu percebo que eu nunca te quis diferente. Nunca quis que tu mudasses esse teu jeito de chegar e fazer manha, essa alma maior que o corpo, esse coração maior que tudo.
Nunca quis que teu sobrenome deixasse de ser dengo. Nem que o orgulho que te petrifica a razão fosse menor. Tu faz parte de uma família de rochas e bem sabes disso.
Hoje eu vejo que se tu cresceu mesmo o tanto que eu acho que cresceu, devo me resignar, então. E aceitar que agora o caminho é tu que trilha. Não cabe mais a mim te guiar. Só te acompanhar.
Se possível, te punha num potinho e guardava pra sempre. Como não posso, faço exatamente o contrário. Te digo que vá.
- Vai minha menininha. Voa. E voa alto que tuas asas já merecem o aquecer do sol e a brisa de todas as luas. E não ficas com medo porque todo mundo já foi Ícaro, um dia.
Que em todas as alçadas eu estarei do teu lado. Ou mesmo à tua espera, malas no portão e aquele abraço que eu guardo só pra ti.
Tu não te defines em mim porque a parte que te cabe é latifúndio. E não se mede latifúndio, apenas se deixa frutificar.
Ps.: A você que me pediu palavras, todos os silêncios do mundo. Porque nada que se diga nunca pagará o que te guardo aqui dentro. Amor.

domingo, 4 de julho de 2010

*Das trilhas sonoras*

*De tudo música*
E no início não passou de um samba
- Malandro de chapéu, copo na mão, ensaiando uma dancinha muda -
Um olhar desviado e eu quis você.
Quis mesmo. Assim, como criança mimada quer doce antes da janta.
Alías, se te soubesse tão doce na minha janta, meu almoço jamais teria satisfeito
Essa fome maluca que eu tenho de viver.
E depois a coisa toda foi xoteando...um dois pra lá e dois pra cá que eu não sei onde você aprendeu
Um querer te dengar, te tocar, te levar
Um querer tua respiração na minha nuca, tua mão deslizando minhas costas, tua boca alcançando a minha
Um fugir de espaços e esse heavy-metal da minha cabeça já batia no estômago.
Coisa louca essa.
Tua saliva valsando na minha e o meu coração só quer tocar Los Hermanos...
Ps.: Ahh, essa minha mania de narrar o que os outros sentem...
Ps².: Porque todo beijo tem que ter uma trilha sonora. Como a gente vê nas novelas...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

*Ainda é mais...*

* Bem mais que isso *
Não por ser alto e tornar-se estufa quando se trata de me proteger
- flor, eu, no teu jardim de sonhos -
Não por saber dizer o que eu preciso, quando quero e como aceito.
Não por ter sido de confete e música
Não pela camisola que não sustentou-se nos ombros
Não pelo cheiro, pela pele, pelo gosto
( Também, mas não somente.)
Não pela falta
Não pelo vício
Não pelo tempo...

Não por mim.
Não por você.

Mais que isso. Bem mais.
E eu ainda não consegui explicar. Fica. Pra eu ter certeza que amanhã acordo sorrindo.



Ps.: "O amor talvez seja uma coisa que até nem sei se precisa ser dita..."
Ps².: Eu não preciso explicar aquilo que você só precisa sentir. Te amo.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

*Uma vez eu ouvi uma história...*

*Do ponto sem final*

Ela tinha um amor doente.
Não doente assim tipo gripe, sarampo, dor de dente.
Doente, sim, de amor, de velhice, de mesmice. De ciúme, de desejo, de anseio.
Doente de não poder ficar junto.
Doente de querer estar perto.
Doente de ser proibido. De ser ressentido.
Doente assim só por doer, só por saber-se amor-incompleto.
Ela tinha um amor doente.
Desses que a vida põe na gente pra testar o equilíbrio.
Esquizofrênico, patológico, insano.
Desses que os olhos cegam, os ouvidos ensurdecem e as bocas, seladas, emudecem.
Desses de rir com lágrimas, sentir com mágoas e arder com gostos.
Desses de meio-minuto malas arrumadas, meio-segundo roupas estendidas.
Ela tinha um amor doente.
E, um dia, perguntou:
- O que eu faço?
-Eu não sei. Tenta tirar ele daí de dentro, de uma vez. Extirpado como tumor velho, carne morta, fibra seca.
Pela primeira vez os olhos sorriram esperançosos.
De um só golpe arrancou o pedaço de vida do peito, cobrindo-o com as duas mãos. Pulsava, vermelho.
- Toma, guarda contigo.
- MAS VOCÊ ARRANCOU O CORAÇÃO!!!!!
- Achei melhor cortar o mal pela raiz. Pra não correr o risco...um dia eu tinha que ser livre, não?!
E uma luz se apagou dentro dela.
Ela tinha um amor doente. E o que seria da liberdade da alma se o coração, ainda algemado, vivesse?
Tudo tem um preço.
Ps.: Nunca achei que desistir valesse a pena. Mas, muitas vezes, é o que resta pra quem perde as forças. Espero nunca perder as minhas.
Ps².: Esse texto eu dedico a ela, que me perguntou o que fazer do amor que sentia. Eu nunca soube.

sábado, 22 de maio de 2010

*De nada...*

*Além de mim*
Hoje me faltou tudo que vem me faltando nessa vida toda.
De tudo um pouco. Do pouco, o muito.
Mais colorido no cinza. Mais balanço na valsa.
Me faltou aquele sonho esquecido
Me faltou aquele beijo
Me faltou aquele livro
Me faltou aquele encanto
Me faltou aquela viagem inesquecível
Me faltou o jantar à luz de velas
- as rosas e abismos -
e o motel barato na estrada.
Me faltou sentir
Me faltou dizer
Me faltou ser
Me faltou estar.
Me faltou qualquer coisa de preencher vazios. De entreter a cabeça. De seduzir a alma da gente.
E tentada a sair em busca do qualquer, viajei os pensamentos por algum lugar aqui dentro. Ardia ali uma exclamação transvestida de você: nenhuma possível falta me pareceu tão torturante. E se é falta o motivo do meu tédio, digo que a todas suporto. A todas me rendo. Mas não me falte, você, essa noite sem lua. Que eu quero te olhar com as mãos, te cheirar com a boca e te lamber com os olhos. E ver que nada mais importa.
Nada me falta quando você está aqui.
Ps.: Porque pra ser sua basta ser eu. Quero.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

*De dores antigas*

*Apenas mais uma de ontem*
Das vezes em que eu quis mandar no tempo contam-se poucas, e não menos importantes, as que desejei voltar atrás em alguma coisa. Não gosto de alimentar arrependimentos do que faço. Sendo o passado indissolúvel, não adiantará chorar por nenhum leite, derramado ou não. Remoer, cobrar-me...para quê, se as palavras ditas já não podem ser engolidas e as bofetadas já arderam? Não descobri uma forma de remediar o que se passou. À minha razão cabe apenas evitar as repetições de erros, quando possível. Quando não, engulo o fado. Resigno-me em achar que, se permaneci no erro, foi de escolha própria. E ponto [.]
Fora isso, prefiro não me arrepender de nada. Nem de ninguém. Nem mesmo daqueles dias, embora às vezes eu sinta tanta vontade de ter feito tudo diferente. Dessas vezes eu guardo a angústia do que não fiz, do que eu não disse. E eu tinha tanto pra dizer! Tanto a destilar, que penso como seria voltar atrás e mudar, eu mesma, o rumo de coisas que meu destino esqueceu de resolver. Seria um "eu" diferente agora? Não sei.
Quando lembro de rugas antigas e elas me fazem deglutir aquele seco que corrói a garganta, desejo ter o dom de voltar no tempo e dessa vez não calar. Dessa vez não permitir que tripudiem do que sinto, porque "o que sinto" sempre foi meu e de mais ninguém. E não há aquele que tenha o direito de tomar do alheio para si e zombar.
Sofri. E nunca neguei o quanto. Tive vergonha, sim, quando a maquiagem desmanchou e vi no espelho o que restara de mim. Tive vergonha quando as lágrimas banharam minha blusa e não achei saída de emergência. Tive vergonha quando o poço não teve fim. Mas eu não tive vergonha alguma na hora de tentar reviver. Na hora de raspar todo o verniz velho pra passar a tinta nova. Na hora que eu achei de cutucar a ferida pra ver se ainda doía. Na hora de reconstruir a caixa de sonhos, que já não existia.
E passou. A dor tinha de passar, um dia, como sei que sempre passa. E volta, quem sabe o amanhã?! Mas dessa vez eu estou de pé e de frente. Viva. Sobrevivente. Se inundar, eu nado. Se incediar, eu aquou. Se ficar, eu mordo. Se correr, eu pego.
O tempo está certo. Se ele voltasse atrás não teríamos a chance de viver, porque tudo seria "flash back". E ninguém, ninguém mesmo, vive do que já se foi. Somente do que ainda pode ser.
"Nada mais vai me ferir
É que eu já me acostumei
Com a estrada errada que eu segui
E com a minha própria lei
Tenho o que ficou
E tenho sorte até demais
Como eu sei que tens também."
(Andrea Doria - Legião Urbana)
Ps.: Para todas aquelas pessoas que engoliram o próprio ego mastigado por alguém. Dói. Mas sempre passa.
Ps².: Pra ela que precisa de palavras. Ainda sei cantar.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

*Das relíquias*

*Dos antigos- I* (Out-2006)
Quisera eu ser borboleta
e voar sem hora de partida
sem volta, só ida.
E o vento brisando o corpo
e o corpo mastigando a vida.
Quisera eu ser borboleta
ser frágil e ser firme
ser leve e ser forte
Eu - livre, leve, forte, frágil e firme - tocando teu corpo de flor,
despetalando tua roupa
sugando teu beijo-doce-néctar
Sentindo-me viva
- borboleta -
Só mais uma vez,
Só hoje,
Só essa noite....
Eu, lagarta listrada, querendo merecer você.

Ps.: Para aquelas pessoas que precisam de apenas mais uma noite. Sejam borboletas.
Ps.: Nunca me contentei com menos do que meu coração pedia. Talvez assim eu tenha demorado tanto pra encontrar o que procurava. Saiba que valeu a busca.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

*Dos feriados que têm fim*

*Dos anseios*
" Que medo alegre, o de te esperar!"- alguém que amou com palavras um dia disse.
Eu bem sei que é.
Se juntasse em meu coração, como se junta o pó no fim da feira, tudo o que sinto agora, talvez não te coubesse em mim. Refiro-me a todos os 'agoras' que tenho vivido desde que decidistes ser passarinho.
O verão daqui de dentro bem que poderia bastar para ti e para essas retas que teimam em paralelas. Porque eu ainda penso uma matemática qualquer que te faça ficar.
Mais uma noite, mais um beijo, mais uma conversa na escada, mais um domingo.
Esperar-te nunca será hábito. Nem para mim, nem para o coração que carregas contigo (ele já não me pertence há algum tempo!).
Ainda tenho aquela vontade besta de te amar de infância. Sabe aquele amor dos primeiros meses, dos primeiros toques, das primeiras certezas?! Quando tudo ainda era resquício de confete? Sem ser assim: sem tempo, sem mim, sem você nem a gente. É desse que eu falo e quero e espero pra mim.
E não me venha trazer desculpas enrugadas. Hoje eu precisei gritar. E estar viva me dá esse direito.
Sabe o que me irrita? Amanhã o silêncio cobrirá qualquer insensatez quando eu te ouvir dizer:
"- Amor, já sinto sua falta."
Eu sinto também. E me angustio.
Ps.: Porque eu queria que você soubesse que quando você saiu eu corri pra chorar no travesseiro.

quarta-feira, 24 de março de 2010

*Dela*

* Do passado nunca velho *
Ainda penso em você como meu passado mais bonito. Meus melhores domingos. Minhas melhores aventuras. Aquela realidade sonhada junto. Aquela conversa tardia. Aquela esperança de que um dia, não muito distante dali, seríamos só nós.
Ainda penso em você como a menina dos cachos, do espelho, da cadeira de espaguete, dos segredos. Aquela a quem eu devo minha capacidade de ser eu mesma. Sim, porque do seu lado eu nunca precisei usar máscaras. E com você aprendi que ser eu mesma sempre me bastou.
Brincar de viver era fácil quando a gente não tinha que atuar de principal nesse imenso teatro chamado vida. Quando nos aproveitávamos da condição de coadjuvantes para sermos crianças. E como fomos! Fomos crianças até o momento em que a idade não permitiu mais sermos. Fomos crianças até quando o mundo parou de usar diminutivos pra chamar nossos nomes. Nomes completos fazem adultos. Mesmo assim eu ainda gosto de desenho e você de quarto rosa. Mesmo assim eu ainda conto carros e você ri de bobeira.
Lembrei agora do quanto já rimos juntas. De mim, na maioria das vezes, a mais atrapalhada. Das situações, que sempre se faziam inconstantes. Das palavras, que sempre eram meio perdidas nas idéias mirabolantes.
Queria que você soubesse que ainda sinto tudo exatamente igual. Que ainda posso sentar no chão do banheiro e esperar você tomar banho, só pra não te deixar sozinha. Que ainda posso te ouvir por horas e horas e ser capaz de dizer a coisa certa na hora certa. Que ainda sonho com nosso apartamento. Que você sempre será a ranger rosa e eu a amarela. Que ainda acho que tantas lembranças merecem um livro. Que as madeixas negras e lisas não esconderam os cachos - acho que tua alma tem cabelo cacheado. Que sou capaz de sentir cada emoção que tu sentes sem nem estar por perto - nossos corações tem bluetooth. Que o brilho nos olhos ainda é o mesmo. Que todos os conselhos ainda estão aqui guardados no meu caráter. Que Fortaleza ainda estará lá. Que o que passou é nosso e o que virá também. O ser humano precisa de recordações pra ser feliz.
Viver você todos esses anos foi dizer "SIM" para muita coisa que eu não pensava possível. Foi firmar um laço e pincelar uma história que - embora escrita em dois prólogos - traduz um único desejo: que eu te encontre na outra e em todas as vidas que eu tiver pela frente. Pra viver tudo de novo. Pra ser completo outra vez.


Ps.: Pra ela que guardou os dois patos na lagoa dia 22/03. Que ela seja sempre assim: alma-gêmea-tresloucada. Sempr(i)minha!

quinta-feira, 11 de março de 2010

*De você e de mim*

*De você pra mim*
E quando um HOMEM ama uma mulher,
ele é capaz de encontrá-la em meio a multidão.
Ele é capaz de contar seus segredos e expor seus medos e, mesmo assim, continuar parecendo tão forte.
Ele é capaz de invadir sua casa, seu lar e se apossar de tudo: da sua família, do carro de seu pai, da casa da sua avó, dos seus amigos. De você.
Ele é capaz de falar coisas bonitas seriamente. Ou mesmo de falar coisas sérias, da maneira mais bonita.
Ele é capaz de viajar horas só pra lhe pedir desculpas. E ele vai fazer isso, mesmo que você insista que não quer vê-lo nem pintado!
Ele vai inventar uma nova forma de dizer AMOR. E vai dizer sempre.
Ele vai lhe trazer flores e lhe levar pra jantar (mesmo que sua comida predileta não o agrade tanto!).
Ele vai lhe pôr pra dormir e trazer café na cama. E vai fazer massagem quado o dia tiver sido estressante.
E vai fazer você sorrir. E chorar quando a saudade doer.
Ele vai fazer promessas e vai cumprí-las. TODAS. E vai deixar passar sim, quando você não cumprir as suas.
Ele não vai precisar exibir-se pra ninguém. Inevitavelmente, quando ele passa tudo pára.
Ele vai desenterrar sentimentos que você nem sabia que ainda existiam e dará um novo sentido a eles. Um sentido muito melhor, diga-se de passagem.
Ele vai fazer seu passado parecer inexistente. Vai curar as feridas, desmontar as barreiras e escrever uma nova história. Páginas viradas nunca são reescritas e você entenderá isso.
Ele vai respeitar os dias de TPM, comprar remédios pra cólica e saber a marca do absorvente que você usa.
Ele vai escutar você sempre que falar for importante. Vai saber calar quando for preciso e falar o que preciso for.
Ele vai trazer presentes inesquecíveis. E vai lembrar de datas e momentos que você deixou escapar.
E ele vai fazer amor como ninguém nunca fez.
E vai fazer você se sentir especial como ninguém nunca fez. Vai amar cada defeito e saber cada qualidade.
E ele nunca, NUNCA mesmo, vai parecer piegas. Porque originalidade ficou pra poucos. Pra ele, decerto.
E ele tem O MELHOR CAFUNÉ e a melhor LASANHA que você já experimentou. (rsrsrsrsrs!)
E sabe cantar aquela música que você naquele dia cantarolou.
E tem aquele colo......aquele colo bom de ninar criança.
E ele vai fazer você pensar em família no domingo, com filhos correndo pela casa. Muitos filhos!
E vai fazer você entender que todo esse tempo de espera não passou de preparação. As pessoas devem evoluir antes de serem felizes.
Quando um HOMEM ama VERDADEIRAMENTE uma mulher, ele faz ela se sentir assim. Como você me faz há 2 anos.
Ps.: Porque desde que você apareceu, chove amor dentro de mim. 2 anos!