segunda-feira, 19 de abril de 2010

*Dos feriados que têm fim*

*Dos anseios*
" Que medo alegre, o de te esperar!"- alguém que amou com palavras um dia disse.
Eu bem sei que é.
Se juntasse em meu coração, como se junta o pó no fim da feira, tudo o que sinto agora, talvez não te coubesse em mim. Refiro-me a todos os 'agoras' que tenho vivido desde que decidistes ser passarinho.
O verão daqui de dentro bem que poderia bastar para ti e para essas retas que teimam em paralelas. Porque eu ainda penso uma matemática qualquer que te faça ficar.
Mais uma noite, mais um beijo, mais uma conversa na escada, mais um domingo.
Esperar-te nunca será hábito. Nem para mim, nem para o coração que carregas contigo (ele já não me pertence há algum tempo!).
Ainda tenho aquela vontade besta de te amar de infância. Sabe aquele amor dos primeiros meses, dos primeiros toques, das primeiras certezas?! Quando tudo ainda era resquício de confete? Sem ser assim: sem tempo, sem mim, sem você nem a gente. É desse que eu falo e quero e espero pra mim.
E não me venha trazer desculpas enrugadas. Hoje eu precisei gritar. E estar viva me dá esse direito.
Sabe o que me irrita? Amanhã o silêncio cobrirá qualquer insensatez quando eu te ouvir dizer:
"- Amor, já sinto sua falta."
Eu sinto também. E me angustio.
Ps.: Porque eu queria que você soubesse que quando você saiu eu corri pra chorar no travesseiro.

3 comentários:

  1. mulher, gostei mesmo desse desenho que tu faz quando escreve, chega quase a pintar quadros com as palavras. Gostei daqui e vou voltar tbm!
    ah, lembrei de um trecho de C.f. Abreu:
    "é impossível seduzir os que tem asas"

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  2. Lindo, lindo.
    Saudades de ti.

    Beeeeijo, meu bem.

    =*

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  3. PQP!
    Fez minhas tuas palavras. Embora eu jamais soubesse dizer tão bem quanto tu o fizestes.
    Esse é um dos textos mais lindos que já li na vida.
    Vc é uma 'coisa' de tão boa escritora.
    ;***

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