
Enfim disse a ela que a amava.
Não disse assim dizendo, com palavras curtas de significado imenso. Não disse assim como quem diz a previsão do tempo, as horas, ou como quem dá uma aula de etiqueta.
Disse sem dizer, desmazelado. Daquele jeito tão dele, que ela tanto gostava.
A boca muda, as mãos geladas, os olhos embaçados. Quase podia ouvir-lhe as punhaladas do coração no peito, querendo sair. Quem sabe esse não fosse o melhor jeito?! A boca cuspia-lhe o coração fora e este pulsaria nas mãos dela. Vermelho-vivo. Talvez assim ela pudesse entender como ele se sentia, afinal. Talvez essa fosse a forma certa de falar de amor. Ou talvez não.
O silêncio era gritante quando ele pegou-lhe a mão e fitou seus olhos. "Como eu a amo..." pensou enquanto o vento brincava com a saia dela.
As pupilas dilataram-se quando ela chegou mais perto. Ouviu-se apenas o murmúrio:
"Eu também amo você"
E ele continuou mudo.
O sol demorou a sair naquele dia.
Ps.: Porque às vezes tu nada diz e, mesmo assim, eu escuto tudo o que queres dizer.
Vermelho vivo. ;]
ResponderExcluirBelíssimo, Milinha.
=*
Antes o dito calado do que o que se diz por dizer.
ResponderExcluir[Mas eu te amo em voz alta também]
=*
o seu blog me dói, mas eu gostei de ler....
ResponderExcluirde um doer antigo, ardido, lembro sofrida daquele que se foi.
mas gostei daqui, vou voltar sempre.