terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

*Pra quem já pensou em desistir"

*Dos que andam sempre juntos*
Vieram de tão longe só pra dizer a ela que o arrependimento viria. Que, muitas vezes, conformar-se seria a melhor solução e as coisas não podiam terminar daquela maneira: ela esparramada ao travesseiro e ele preenchendo, com álcool, o vazio que ficara.
Vieram de tão longe só pra dizer a ele que nenhuma outra ocuparia o lugar dela. Ele poderia, sim, procurar insistentemente em bares, ruas, festas, até no Google...mas nenhuma teria aquele jeito de rir com os olhos e a mesma doçura ao dizer "Bom dia!".
Vieram de tão longe pra dizer-lhes que mais valeria lembrar dos momentos felizes, das juras, das promessas, das noites com sol. Daquele dia em que beberam além da conta e dançaram na chuva, daquele dia em que ela tentou cozinhar e só saiu um omelete com bordas queimadas, também daquele outro em que ele tentou fazer-lhe uma surpresa de aniversário e, ao pendurar os balões no teto, caiu da escada - Terminaram a noite em um hospital. Ele com a perna engessada. Ela tomando aspirinas para dor de cabeça.
Mais valeria fazer valer o sempre juntos a qualquer custo do que ficar um dia sequer separados. Não há dor maior do que ficar longe de quem se ama. Pior. Não há dor maior do que ter de fingir pra si mesmo que não se ama alguém, quando o sentimento é maior do que qualquer força e empenho do fingimento. Frustrante. Porque os olhos sempre entregam a verdade e te deixam vulnerável na própria mentira.
Então eles vieram. Lado a lado como sempre andam. Como tem que ser. O amor e a saudade. Companheiros de viagem. Ele trazia na mala um punhado de sonhos. Ela, um pára-raio pra desesperança. Vinham calmos, porque o amor e a saudade sempre sabem como fazer direito o seu trabalho.
Vieram de tão longe só pra fazer ele ligar pra ela.
Vieram de tão longe só pra fazer ela atender e escutar, depois de um segundo de silêncio:
"- Amor, volta pra mim?"
Ps.: Porque quando o amor e a saudade falam, todo o resto se cala.


quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

*Pra falar do que eu não sei dizer*

*Pra ele que me prometeu uma manhã com beijos todos os dias*
Ele foi a pessoa mais careta que eu já conheci.
Acho que pra ele o tempo parou de uma forma tão doce e irremediavelmente clara que eu nem percebi que, ao seu lado, tinha desgostado da vida de "moderninha". Eu aprendi a ser como ele e esperar, como ele, coisas boas do amanhã da minha vida. Sim, porque ele sempre teve o dom de ser otimista. E o dom de falar com os olhos. E o dom de sorrir gostoso. E o dom de tornar meus dias mais felizes.
E quando ele falou em casamento eu fiquei assustada. "Casamento é tão careta! E eu nem sei fritar um ovo!" Mas ele sabia. Ele sabia até fazer macarrão. E lasanha. O que já me tornava sua fã n°1. Foi o jeito pensar a respeito.
E ele falou em filhos, em como queria que eles fossem parecidos comigo. Pensei o contrário: teríam que parecer com ele para não ganharem apelidos na escola. "Tudo bem. Vão parecer com a gente, certo?!"
Certo.
E me propôs uma casa com uma varanda enorme para que eu pudesse me inspirar ao ver o pôr-do-sol. Bobinho. Até parece que alguém precisa de sol pra inspiração, quando acorda todos os dias ao lado de quem ama.
Foi aí que eu decidi ser careta. Porque enxergando, agora, da ótica do amor...do meu amor...ser careta é ser FELIZ.
Caso-me contigo.
Ps.: Vem amor...sussurra aquelas palavras, que hoje me deu uma vontade doida de ser passarinho...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

*Das novas-antigas descobertas...*

*Pra ela que redescobriu o amor*
Quando o carnaval chegou, com todas as suas cores, ela sentou na soleira e viu o bloco passar.
O som dos tamborins e percussões não excitavam-na desta vez. As risadas, o etanol, as colombinas, os pierrots e arlequins...nada a atraía. Hoje ela acordara dançando, somente em seu coração, a música que o amor ditou. Sim, porque o amor dita regras. Ele não pede, ele não explica, ele não dá escolhas. Ele simplesmente chega e te apossa o peito, terreno vulnerável demais para movimentos reacionários. Hoje ela acordara assim...vestindo a fantasia de "Julieta" em sua alma e sem vontade de embalar ritmos na avenida. Amor como o dela, ainda novinho em fraldas, precisava ser cuidado, ninado, alimentado antes de sair porta a fora. Também ela não queria que ninguém o soubesse. Queria guardá-lo pra si, pra depois poder lembrar-se de cada sensação, de casa suspiro dado, de cada silêncio consentido. Com sentido.
Quando o amor chegou, com todas as suas dádivas, ela sentou na soleira e viu o carnaval passar, emudecida com o compasso do próprio coração.
Ps.: Porque, mesmo sem te ver, creio eu que o brilho dos teus olhos apaixonados deve superar a exuberância de qualquer carnaval. Boa sorte, ptichka.

*Eleven*

*Pro meu amor*
Uma verdade irrefutável: eu nunca escrevi sobre ti, uma mal traçada linha se quer, nas páginas daquilo que um dia chamei diário.
Talvez te doa saber disso assim tão repentinamente, tão cruelmente neste dia. Talvez te doa a inevitável comparação com o resto de toda uma vida que vivi a poemar e resumir lembranças no meu "calado ouvinte". Suponho que te sentirás um tanto diminuído, insignificante até, afinal são 11 MESES! 11 meses e não me restou nada digno de palavras eternizadas com preto no branco? A mim nada inspirou? Nem as promessas, nem a intimidade calada, nem mesmo aqueles momentos em que só enxerguei a ti e tu somente a mim, na avidez de possuirmos um ao outro?
Não te enganes, meu amor.
Não te deixes levar por dúvidas que, no fundo, tu sabes não ter. Não te deixes cegar pelo bicho da insegurança, inimiga pertinente dos que amam. Não enchas de angústia um coração que só deve ter espaço para o amor que confiastes a mim. Não o faça. Não o faça sem que antes eu te explique o porquê de tamanho desleixo, se assim posso dizê-lo.
Todo esse tempo juntos e eu não reservei um instante em minha rotina para escrever-te nada a mais que um bilhete de geladeira ou uma carta de resposta, confesso. Que fique bem claro, desde já ,aos que lêem, que este rapaz, aqui citado, é o motivo pelo qual eu acordo sorrindo todos os dias, logo a questão não está em falta de amor, e sim, em amor demais. Sim, meu bem.
Não te citei antes pelo simples fato de não saber como fazê-lo. Nem mais nem meio mais. Como vou explicar que eu te amo "mar revolto" e me sinto "brisa cálida" quando seguras minha mão? Como explicar o efeito que ainda possui em meu corpo, pernas bambas e mãos geladas, quando te aproximas? Como eu vou explicar que depois de ti minha alma voltou a ter paz e eu fiz as pazes com o espelho? Como eu vou explicar que, mesmo depois de tanto tempo, quando tocas minha pele com os lábios daquele jeito tão somente teu, ainda me sinto como na primeira vez?
Não posso.
Seria como tentar definir a beleza do pôr-do-sol numa equação matemática.
Aprendi a amar-te pra mim mesma, então. Aprendi que quando eu te fazia feliz, quando te tinha em meus braços e te olhava nos olhos, sôfrega de ternura, eu podia expressar o que mantinha em silêncio aqui dentro. Enganei-me. Sentimentos foram feitos para a gente gritar que está vivo. Sufocá-los é como tentar segurar o vento entre os dedos: inútil e estúpido.
Foi aí que, depois de 11 meses, mesmo depois de conviver com meio sorrisos ao invés de palavras, tu me surpreendestes mais uma vez com um pedido de namoro. "Mas existe re-namoro?"- pensei comigo mesma enquanto me deliciava com a brincadeira. Eu tinha esquecido como é bom ser pedida em namoro por ti. Eu tinha esquecido que dá um friozinho na barriga na hora de dizer SIM. Eu tinha esquecido tanta coisa...
Então eu comecei a escrever para não mais esquecer. Para não deixar passar um só momento dos muitos que ainda vou ter ao teu lado. Para tu leres naqueles dias em que eu me negar a repetir tudo em voz alta (embora eu ache muito difícil acontecer). Para que os outros saibam que não há nada mais doce que amar e ser amado em troca. E você não deve se envergonhar disto. Para que um dia, a Giovanna, a Gabi e o Nicholas saibam que eu fui pedida em namoro duas vezes no decorrer de um ano e pelo mesmo homem e que eu senti, apaixonadamente tudo igual.
Tu ainda me causas "borboletas na barriga". E eu te amo por isso.